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Thursday, May 17, 2007

PENSANDO......

No Brasil há cerca de 20 mil embriões congelados, que não serão usados para fertilizar nenhuma mulher e que, em aproximadamente 3 anos, serão completamente descartados (vale lembrar que esses embriões só estão congelados por que casais inférteis buscaram auxílio nas clínicas de reprodução assistida).


Para não usar de eufemismos:
esses embriões serão jogados fora!



Só pra apimentar a conversa:
são 20 mil embriões que, se implantados em 20 mil mulheres
poderiam gerar 20 mil crianças!



Retomo a pergunta :
esses 20 mil embriões são seres humanos ou não?



Se não são humanos, então
podemos utilizá-los nas pesquisas como se usássemos células sangüíneas.


Podemos tirar alguns mililitros de sangue de uma pessoa, utilizar em pesquisa e essa pessoa doadora não perde a sua vida por causa disso.

Se não são humanos, então
não infringiremos nenhuma lei, pois não mataremos nenhum ser humano.


Agora, se considerarmos esses embriões como humanos legítimos, não em potencial,
aí teremos que repensar o valor das nossas pesquisas.


Se esses embriões são seres humanos, eles têm direito à vida e, portanto, ao usá-los nas pesquisas, estaríamos negando esse direito a eles.


Por isso é que acho de fundamental importância sabermos
nos posicionar quanto à pesquisa com células-tronco.


A ciência, muitas vezes, é um caminho sem volta e, em vez de ajudar, pode criar traumas e problemas seríssimos. A sociedade precisa discutir e aprofundar esse tema urgentemente.


Um ginecologista e vereador em São Paulo, numa das conversas que tivemos sobre isso colocou um exemplo que ilustra bem isso. Há algum tempo atrás, os casais só sabiam o sexo da criança na hora do parto. Com o aparecimento do ultra-som, podemos saber o sexo da criança muito tempo antes do parto. Ninguém nega que o ultra-som seja um avanço. Entretanto, o exame pode acusar um criança anencéfala, fadada a morrer logo depois do parto.


Pronto, agora temos um problema, e sério:
o que o casal vai fazer? Veja, a frustração do casal começa imediatamente. Mantém a gravidez? Tiram a criança antes? Será que vão tentar outra gravidez? Será que devem adotar uma criança? Será que devem procurar a inseminação artificial? Será que o casal tinha estrutura psicológica para receber um resultado desse? Como que o ginecologista conduziu o caso?


Essas são questões que não existiam há 50 anos atrás. Elas existem agora e precisamos discuti-las!


Há quem pense da seguinte maneira:
“Bem, já que os embriões existem e serão descartados,
seria mais digno que fossem utilizados para pesquisas científicas”.


Então, por que não pensar a mesma coisa para pessoas que se encontram em estado vegetativo, tal como Terri Schiavo se encontrava? Bem, ao perder suas faculdades mentais, Terri não apresentava mais sinais vitais no cérebro, mas foi mantida viva, ligada a aparelhos que a alimentavam e cuidavam de seus parâmetros metabólicos.


Ora, se Terri Schiavo já não mostrava sinais de autoconsciência, quanto mais um embrião que ainda não desenvolveu o sistema nervoso central! Será que é por isso que muitos cientistas consideram o início da vida apenas quando o sistema nervoso central está formado,
lá pela 20ª semana de gestação?


Terri Schiavo não tinha consciência e nem se expressava, mas Christopher Reeve estava consciente e se expressava, apesar de ter ficado tetraplégico! Ainda vivo, o físico Stephen Hawking, se comunica apenas de modo digital e também vive de modo vegetativo.


Será que a vida é mesmo alguns sinais elétricos emitidos pelo córtex cerebral e captados pelos aparelhos mais modernos de
ressonância ou tomografia?


Será mesmo que a vida começa quando esses sinais elétricos
são captados na 20ª semana de gravidez.


Tem um ditado que diz que enquanto houver vida, há esperança.

Para o cristão, a esperança advém da morte de Jesus Cristo.


Marcos David Muhlpoitner

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